quarta-feira, 22 de abril de 2009

Humanismo e Educação

ABORDAGEM HUMANISTA E SUA PRESENÇA NO CAMPO EDUCACIONAL
I. HUMANISMO
Na década de 1950, o campo da Psicologia, particularmente na América do Norte, foi dominado pela psicanálise e pelo behaviorismo. Os profissionais dedicados à clinica preferiram a psicanálise, enquanto os pesquisadores experimentais tendiam a seguir os preceitos do behaviorismo. Mas, nem todos os psicólogos se sentiam a vontade com as abordagem existentes. Alguns achavam o behaviorismo muito limitado, porque se concentrava em respostas especificas, ignorando a pessoa como um todo. Outros achavam a psicanálise excessivamente rígida e muito pessimista.
Destas preocupações surgiu a abordagem humanista, lembrando que alguns pioneiros desta abordagem eram de início, psicanalistas. A abordagem humanista abarca vários teóricos, que aplicaram outros rótulos ás suas perspectivas teóricas, tais como psicologia “existencial” ou “fenomenológica” . É considerada a 3ª força na psicologia.
A. Duas suposições que são básicas na abordagem humanista:
1. A crença de que o comportamento deve ser entendido em termos da experiência subjetiva do individuo. Se você deseja entender o comportamento, declaram os humanistas, precisa entender a pessoa que está produzindo o comportamento – incluindo a maneira como a pessoa enxerga o mundo – ponto de vista fenomenológico.
2. O comportamento não é restrito à sua experiência passada ou ás circunstâncias atuais. Ou seja, o modo como agimos não é simplesmente uma resposta a um estimulo imediato (behaviorismo) , nem apenas determinado pelos eventos anteriores (psicanálise).

B. CARL ROGERS – o mais importante teórico humanista: nasceu em Chicago em 1902. Formado em História e Psicologia, aplicou à Educação princípios da Psicologia Clínica, foi psicoterapeuta por mais de 30 anos.
No Brasil suas idéias tiveram difusão na década de 70, em confronto direto com as idéias Comportamentalistas (behaviorismo).
Rogers é considerado um representante da corrente humanista, não diretiva, em educação. Ele concebe o ser humano como fundamentalmente bom e curioso, que, porém, precisa de ajuda para poder evoluir. Eis a razão da necessidade de técnicas de intervenção facilitadoras.
O rogerianismo na educação aparece como um movimento complexo que implica uma filosofia da educação, uma teoria da aprendizagem, uma prática baseada em pesquisas, uma tecnologia educacional e uma ação política - no sentido de que, para desenvolver-se uma educação centrada na pessoa, é preciso que as estruturas da instituição - escola- mudem.

II. Implicações do Humanismo no domínio da Educação
 Necessidade de a aprendizagem ser significativa, o que acontece mais facilmente quando as situações são percebidas como problemáticas, portanto pode-se dizer que só se aprende aquilo que é necessário, não se pode ensinar diretamente a nenhuma pessoa;
 Autenticidade do professor, isto é, a aprendizagem pode ser facilitada se ele for congruente. Isso implica que o professor tenha uma consciência plena das atitudes que assume, sentindo-se receptivo perante seus sentimentos reais, tornando-se uma pessoa real na relação com seus alunos;
 Aceitação e compreensão: a aprendizagem significativa é possível se o professor for capaz de aceitar o aluno tal como ele é, compreendendo os sentimentos que este manifesta, pois a aprendizagem autêntica é baseada na aceitação incondicional do outro;
 Tendência dos alunos para se afirmarem, isto é , os estudantes que estão em contato real com os problemas da vida, procuram aprender, desejam crescer e descobrir, querem criar, o que, pressupõe uma confiança básica na pessoa, no seu próprio crescimento;
 A função do professor consistiria no desenvolvimento de uma relação pessoal com seus alunos e de o estabelecimento de um clima nas aulas que possibilitasse a realização natural dessas tendências; portanto o professor é um facilitador da aprendizagem significativa, fazendo parte do grupo e não estando colocado acima dele; este também é um dos pressupostos básicos da teoria de Rogers, ou seja, o aspecto interacional da situação de aprendizagem, visando às relações interpessoais e intergrupais;
 O professor e o aluno são co-responsáveis pela aprendizagem, não havendo avaliação externa, a auto-avaliação deve ser incentivada; implica em uma filosofia democrática;
 Organização pedagógica flexível;
 É por meio de atos que se adquire aprendizagens mais significativas;
 A aprendizagem mais socialmente útil, no mundo moderno, é a do próprio processo de aprendizagem, uma contínua abertura à experiência e à incorporação, dentro de si mesmo, do processo de mudança.


III. METODOLOGIA: como metodologia o humanismo sugere para a educação o método não-diretivo. É um método não estruturante de processo de aprendizagem, pelo qual o professor não interfere diretamente no campo cognitivo e afetivo do aluno. Na verdade, Rogers pressupõe que o professor dirija o estudante às suas próprias experiências, para que, a partir delas, o aluno se autodirija. Rogers propõe a sensibilização, a afetividade e a motivação como fatores atuantes na construção do conhecimento.
Uma das idéias mais importantes na obra de Rogers é a de que a pessoa é capaz de controlar seu próprio desenvolvimento e isso ninguém pode fazer para ela.

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